Fomos criados por Deus, como aprendemos no Catecismo, para O conhecermos, amarmos e servirmos nesta vida, para O podermos um dia contemplar no Céu, e usufruir do gozo da eterna Bem-Aventurança. A vida sobrenatural – que é a própria vida divina implantada na nossa alma no dia do nosso Baptismo e da qual participamos – é destinada a desenvolver-se e a transformar-se em plena santidade, identificando-nos em Cristo, na edificação do Seu Corpo Místico, fazendo um com Ele e participando um dia da sua glória. A vida sobrenatural ou interior, desenvolve-se até atingir a plenitude, na capacidade do Dom de cada um, com o alimento da oração e dos Sacramentos e das páticas de caridade e misericórdia. A vida de hoje com os seus ruídos, a agitação, a ânsia de divertimentos, atordoa e envolve almas. Música, televisão e espectáculos de toda a ordem, ocupam de tal modo o homem, que este perde em grande parte o interesse pelas coisas do Céu. Não tem tempo de meditar, de tranquilizar o espírito e de saborear as coisas do Alto, porque está ocupado com as coisas secundárias que a Deus não conduzem. A grande maioria perdeu o sentido dos seus destinos eternos, e muitos é ao som da música que descem, degrau a degrau, a escada que ao inferno conduz. São José viveu junto das fontes da vida sobrenatural, junto de Jesus e de Maria. Peçamos-lhe que nos dê o amor e o apreço pela vida divina, iniciada em nós pelo Baptismo; que ele nos dê a saborear a riqueza da água divina da Graça e no-la faça crescer, até nos encher, na obtenção da santidade que Deus, para cada um de nós, destina.

 

Exemplo:

São Francisco de Sales, esse admirável mestre da vida espiritual, não tinha no seu breviário outras imagens senão as de São José, e sempre em seus sermões e práticas de piedade falava com a maior ternura daquele que considerou o seu amantíssimo protector. Dedicou-lhe um admirável templo em Annecy e deixou como testamento às religiosas da Visitação – Ordem que fundou com Santa Joana de Chantal – «que tomassem São José para seu mestre de espírito e para seu guia, principalmente no caminho da vida contemplativa, que é aquele “outeiro de incenso, para onde são atraídas as esposas de Cristo”». É opinião muito seguida que São José morreu quando Jesus teria 27 anos, como diz São Jerónimo, e Maria Santíssima 45 anos. São José teria alguns anos a mais que Nossa Senhora. São José, pai e mestre da vida interior, sede o nosso protector.

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