A Festa da Família, em Alcobaça, reuniu aproximadamente 600 famílias e contribuiu para a criação de novas estruturas vicariais e paroquiais de Pastoral Familiar. Na homilia, o Cardeal-Patriarca de Lisboa apelou a que a Igreja seja uma “família de famílias”, desejando que, “em cada comunidade cristã, a família seja o critério básico”.

O resumo da Festa da Família deste ano pastoral não se faz apenas pelos números de participantes (apesar de estar em crescimento) ou pelo que lá se ouviu. Em cada edição, existe um trabalho que se prolonga e que não é quantificável. De ano para ano, as vigararias que acolhem esta iniciativa da Pastoral da Família do Patriarcado de Lisboa veem ser criadas as estruturas que cuidam desta pastoral, que se quer cada vez mais “central” na vida da Igreja. “Por cada lugar que vamos passando, fica a sensibilidade para esta temática familiar. Esta última Festa da Família deixou um legado que foi a criação de uma equipa vicarial em Alcobaça. A festa não é um evento sozinho mas acaba por ser uma sensibilização para se criarem estruturas”, explica, ao Jornal VOZ DA VERDADE, o diretor da Pastoral da Família do Patriarcado de Lisboa, cónego Rui Pedro Carvalho, sublinhando o novo posicionamento desta pastoral para o dia-a-dia das paróquias: “A Pastoral Familiar não é mais uma pastoral entre outras, mas é olhar para a comunidade paroquial a partir da chave familiar, dando maior sensibilidade para se trabalhar mais nas famílias”. E não é preciso muito para que este objetivo seja cumprido. “Pode-se começar por pequenas coisas, como por exemplo, convidar os dois elementos do casal para dar catequese, ter o cuidado para não fragmentar a família, inserindo-os em diferentes formas de apostolado. No fundo, procurar a participação como um conjunto de famílias e não como um conjunto de indivíduos”, salienta este sacerdote.

Presença
Uma das expressões mais visíveis do crescimento desta pastoral reside na formação de agentes de Pastoral Familiar. Todos os anos, cerca de 30 a 40 pessoas fazem esta formação, organizada pela Pastoral Familiar. Em cada um dos três encontros, que se realizam durante o dia de sábado, são “fornecidos elementos para que se possa estruturar uma Pastoral Familiar na paróquia”. No primeiro encontro, “abordamos o que é a Pastoral da Família, o que é a família aos olhos de Deus e qual é o projeto de Deus para a família. No segundo encontro abordamos temáticas mais difíceis da vida familiar, desde a situação dos separados, recasados, aborto, eutanásia… para dar alguma sensibilidade aos agentes de Pastoral Familiar para lidar com estas situações. No último módulo, mais prático, pretendemos fornecer elementos que possam estruturar uma Pastoral Familiar na paróquia”, expõe o cónego Rui Pedro.
O crescimento das estruturas paroquiais vai acontecendo “paulatinamente” mas já está presente em oito das 17 vigararias do Patriarcado. “O nosso objetivo é que cada paróquia ou unidade pastoral tenha uma equipa”, deseja o diretor da Pastoral da Família da diocese.

Em casa
A Jornada Diocesana da Família reuniu aproximadamente 600 famílias, no passado Domingo, 28 de maio, em Alcobaça. Com uma programação diversificada, foram muitos os que visitaram os diferentes stands da ‘Feira da Família’, onde estiveram presentes vários movimentos e instituições, e participaram em conferências, inspiradas no tema da iniciativa e do ano pastoral: ‘A alegria do amor’ – proposto pela Pastoral da Família do Patriarcado de Lisboa.
Da parte da tarde, na igreja do Mosteiro de Alcobaça, as famílias reuniram-se para escutar a catequese do Cardeal-Patriarca de Lisboa. D. Manuel Clemente lembrou a mensagem que escreveu para esta iniciativa, insistindo para que a Igreja seja uma “uma família de famílias”. O tom familiar com que decorreu este dia, em Alcobaça, mereceu relevo por parte do Cardeal-Patriarca. “Nós temos o Espírito de Jesus e, com Ele, somos filhos de Deus. E se somos filhos de Deus, somos irmãos uns dos outros. Somos uma família! Isto é uma grande beleza, uma maravilha e nestes momentos até se percebe melhor porque facilmente nos sentimos em casa, porque somos filhos de Deus. Isto é um milagre”, definiu.

no site do Patriarcado

Partilhar