“Agora quero dar a bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo.”  (Do primeiro discurso de Sua Santidade, 13 de Março de 2013)

O Cardeal-Patriarca de Lisboa fez hoje um balanço “positivo e agradecido” pelo 5.º aniversário de pontificado do Papa Francisco, que considera “um grande estímulo evangélico”.

“[O Papa] trouxe doutro continente uma lufada de ar tropical, fresco sempre, e evangélico sobretudo”, afirmou D. Manuel Clemente.

Para o Cardeal-Patriarca, o Papa Francisco pelo que é, faz e diz “é um grande estímulo evangélico para todos”.

À margem da Eucaristia e bênção da primeira pedra da nova casa da ‘Ajuda de Berço’, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa realçou a relação próxima do Pontífice argentino com a Igreja Católica em Portugal, que se manifesta quando vão ao Vaticano e “quando cá veio” pelo centenário das Aparições em Fátima, nos dias 12 e 13 de maior de 2017.

Em declarações à Agência Ecclesia, D. Manuel Clemente observou que o Papa Francisco “centralizou as periferias”, repetindo em Roma o que já fazia em Buenos Aires.

Jorge Mário Bergoglio nasceu na capital da Argentina, a 17 de Dezembro de 1936; filho de emigrantes italianos, trabalhou como técnico químico antes de se decidir pelo sacerdócio, no seio da Companhia de Jesus, licenciando-se em filosofia e teologia.

Ordenado padre a 13 de Dezembro de 1969, foi responsável pela formação dos novos jesuítas e depois provincial dos religiosos na Argentina (1973-1979).

O Papa João Paulo II nomeou-o bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e foi ordenado bispo a 27 de Junho desse ano, assumindo a liderança da diocese a 28 de Fevereiro de 1998, após a morte do cardeal António Quarracino.

O primaz da Argentina seria criado cardeal pelo Papa polaco a 21 de Fevereiro de 2001, ano no qual foi relator da 10ª assembleia do Sínodo dos Bispos.

Tem como lema ‘Miserando atque eligendo’, frase que evoca uma passagem do Evangelho segundo São Mateus: “Olhou-o com misericórdia e escolheu-o.”

O Cardeal Jorge Mário Bergoglio seria eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de Março de 2013, após a renúncia do agora Papa emérito, assumindo o nome de Francisco; é o primeiro Papa Jesuíta na história da Igreja e também o primeiro Pontífice sul-americano.

O Pontífice fez até hoje 22 viagens internacionais, nas quais visitou 33 países: Brasil, Jordânia, Israel, Palestina, Coreia do Sul, Turquia, Sri Lanka, Filipinas, Equador, Bolívia, Paraguai, Cuba, Estados Unidos da América, Quénia, Uganda, República Centro-Africana, México, Arménia, Polónia, Geórgia, Azerbaijão, Suécia, Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar, Bangladesh, Chile e Peru; as cidades de Estrasburgo (França), onde passou pelo Parlamento Europeu e o Conselho da Europa, Tirana (Albânia), Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) e Lesbos (Grécia).

Entre os principais documentos do atual Pontificado estão as encíclicas ‘Laudato si’ (Louvado sejas), dedicada a questões ecológicas, a ‘Lumen Fidei’ (A luz da Fé), que recolhe reflexões de Bento XVI, e as exortações apostólicas ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho) e ‘Amores Laetitia’ (A alegria do amor).

Este último documento recolhe as conclusões do Sínodo sobre a Família, em duas sessões (2014 e 2015), com consultas alargadas às comunidades católicas.

O Papa promoveu ainda um Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), terceiro ano santo extraordinário na história da Igreja Católica, durante o qual canonizou Madre Teresa de Calcutá; e um Ano da Vida Consagrada.

A reforma da Cúria Romana, com a ajuda de um Conselho de Cardeais dos cinco continentes, já levou à criação de dois dicastérios (Leigos, a Família e a Vida; para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral) e de várias medidas na administração económico-financeira da Santa Sé e do Estado do Vaticano.

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