O documento, enviado à Agência ECCLESIA, pede uma “resposta pronta” ao atual desafio de acolhimento às famílias que estão para chegar a Portugal através da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR).
“É necessário criar condições de um apoio humanitário imediato, defendendo a abertura de vias de acesso para que as pessoas se desloquem de forma segura e legal, para os países de acolhimento”, assinalam os responsáveis católicos da área das migrações.
A PAR e as organizações a ela associadas vão promover um “reforço de sensibilização e consciencialização” sobre o que é ser-se uma instituição de acolhimento, para que cada paróquia possa receber, pelo menos, uma família de refugiados, acolhendo o convite do Papa Francisco.
O 17º encontro dos agentes sociopastorais das migrações contou com cerca de 70 participantes, em volta do tema ‘Refugiados: euros ou pessoas?’.
A iniciativa anual é promovida pela Obra Católica Portuguesa de Migrações, a Cáritas Portuguesa, o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil e a Agência ECCLESIA.
O documento conclusivo acusa os responsáveis europeus de “ignorar os valores que impulsionaram a sua união”, falhando no acolhimento e na integração de pessoas e famílias refugiadas.
“A Europa não está a ser capaz de assumir as suas responsabilidades, tendo vindo a mostrar-se, escandalosamente, ‘tímida’ na resolução da crise da mobilidade humana que o mundo atravessa”, referem as conclusões.
Os participantes no encontro rejeitam argumentos económicos para justificar a falta de acolhimento a mais refugiados, pedindo que os líderes políticos evitem a promoção de “medos infundados” que estão na origem de “comportamentos xenófobos”.
“A defesa dos direitos humanos é uma garantia de segurança aos olhos de quem procura a Europa como local de destino e a não arbitrariedade nos critérios para o acolhimento é uma exigência ética, acrescenta o documento.
Os participantes concluem com um elogio ao ambiente que se vive em Portugal no campo das relações inter-religiosas, um “contributo fundamental para a integração das famílias refugiadas”.
OC